sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os índios e o ciberespaço

"No Brasil, índios de diferentes línguas e etnias foram estimulados a usar a internet por organizações governamentais e não governamentais. Embora a situação ainda seja bastante precária, inúmeras das 2.698 escolas indígenas existentes nas aldeias, frequentadas por mais de duzentos mil alunos, foram dotadas de computadores. Ali onde isso não foi possível, os computadores dos postos de saúde da Funasa foram disponibilizados dentro dos Pontos de Cultura no Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão.

Essa situação permitiu que logo surgissem, em 2001, os primeiros sites indígenas, segundo Eliete Pereira, do Centro de Pesquisa Atopos, da ECA/USP, que andou mapeando a presença indígena na net, ainda bastante irregular. Ela encontrou três tipos de sites: os sites de organizações indígenas, os sites de etnias e os sites pessoais."

Fonte: Blog da Amazônia - Terra Magazine - Leia matéria completa!
Povo Ashaninka na era digital

"Alto-Juruá, Acre. Na divisa do Brasil com o Peru fica a terra dos Ashaninka. Enquanto as mulheres cuidam da comida, das roupas e das crianças, os homens não descuidam da vigilância. Ao contrário de seus antepassados, eles não estão preocupados com perigos naturais. O risco por lá são madeireiros peruanos. Para lutar contra eles, a tribo percebeu que arcos e flechas não seriam suficientes. Se o inimigo é novo, inovação na forma de enfrentá-lo.

Foram duas as armas escolhidas: um painel solar para a energia e um computador. Os Ashaninka entenderam que para enfrentar rivais equipados com rádios sofisticados e munição pesada era melhor apostar na tecnologia e na comunicação. Da aldeia foram enviados e-mails para ONGs e para o governo. As informações foram imediatamente recebidas na Presidência da República e repassadas à Polícia Federal e ao comando do Exército, que montaram uma ação para prender os invasores. Deu certo.

Tão certo, que a tecnologia passou a fazer parte da vida dos índios, que hoje mantêm um blog e estão no Twitter."

Repostagem completa:Site ConexãoAluno - Governo do Rio de Janeiro
Os jovens indígenas e a inclusão digital.

Entrevista especial com José Francisco Sarmento

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Entre um passado de traumas e as incertezas do futuro, povo Mÿky vive um cotidiano de resistência cultural"

Renato Santana
de Brasnorte, Mato Grosso (MT)
29/12/2011

"Os caminhos que levam à aldeia Japuíra, região de Brasnorte, Mato Grosso, são tão novos para seus habitantes quanto aos visitantes de primeira viagem. Recém instalados, postes correm quilômetros de fios elétricos pela estrada de terra que se aprofunda na Amazônia matogrossense até a Terra Indígena Mÿky. [...]Na aldeia vivem hoje 121 indígenas: apenas cinco anciãos e 52 crianças; o restante, entre a juventude e a fase adulta [...].
A língua Mÿky é preservada como elemento fundamental dentro de um contexto de transformações e ataques à sua cultura. Jaapátau Mÿky é professora e alfabetizou 24 crianças nos últimos dois anos. “Ensino com base no trabalho, nas práticas do povo. Caminhamos pela aldeia e vemos tudo que a envolve”, explica. A metodologia de ensino de Jaapátau está expressa no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola Mÿky.
Nele, os mitos de criação, a roça, o jeito de se fazer as moradias tradicionais, a culinária, as lutas de defesa do território, a história e tudo que envolve o povo fazem parte do PPP.
As casas feitas em tábuas de madeira com piso de cimento substituíram as malocas familiares, onde todos convivem num mesmo espaço comum. Motos cruzam o terreiro junto com bicicletas, crianças e animais. Sob o sol, o dia queima devagar as mudanças ligeiras e permanentes no cotidiano Mÿky."

Fonte: Brasil de Fato